domingo, 27 de março de 2011

Encontro de Amarante, 13 de Fevereiro de 2011

Uma vez mais nos juntámos em Amarante..... começamos a ficar muito bem habituados! O convívio juntou muitos jufristas e familiares para reflectir sobre o tema “O cego do caminho como paradigma do homem moderno”.

Muitas vezes nos questionamos se Deus existe e quem é Deus. Vivemos numa sociedade que nos cobre do pó da falta de proximidade com o nosso semelhante. Estamos sem notícias de Deus, como afirma o Pe Rêgo. Há que questionar: o que é a amizade? Quem são os nossos verdadeiros amigos? Faz falta ter amigos? O que verificamos hoje é que o abuso da tecnologia faz com que haja falta de proximidade com o outro, faz com que tenhamos de pensar que devemos lidar com os outros de forma personalizada, que é o supremo anseio de Francisco. E assim , perguntamo-nos: qual é o anseio de hoje de cada um de nós?

Os jovens de hoje procuram um silêncio fecundo. Pesquisadores e futurólogos são unânimes ao afirmar que o séc XXI vai assistir à escassez de 2 elementos fundamentais para a nossa vida: água e silêncio.

Valorizamos a aparência, mas estamos num tempo que deseja a profundidade. Há jovens fartos de estarem fora do mundo dos afectos e fartos do mundo das tecnologias, para que mais do que haver uma relação interpessoal facebook , seja estar face-to-face. Mas como reagimos nós ao mundo das aparências? E a Palavra? As palavras vão e vêm, compram e vendem-se e precisamos de tomar um caminho para que a Palavra seja aquilo que estamos a dizer:

A palavra de Deus é a bússola da minha vida!

Vemos rostos de incerteza e de medos e só a Palavra nos fará nascer para repensar o nosso estilo de vida e renovar, começando-se por fazê-lo em casa ao demonstrar disponibilidade para escutar. Contudo, será a Palavra capaz de bombear o nosso coração para que ele se abra, para ser o antídoto real para o clima inóspito, para superar os tempos difíceis que vivemos? Mas, também são belos e há oportunidades que devemos agarrar, tentando ser alternativa, como cristãos que somos.

Que temos nós para oferecer a este mundo? O que queremos nós construír para amanhã? Deveríamos pensar como S.Paulo: Estamos derrubados, mas não abatidos, porque sabemos com quem estamos. Devemos pensar na nossa vida cristã não como uma carga pesada, mas com encantamento. Senão, será um recordar sedutor da vida de Jesus de Nazaré...

Faz da tua vida sempre um começo , como diz Francisco. Façamos um lifting espiritual e mental , pois vale a pena começar de novo e outra vez!

Há que ansiar, mas realizar, caso contrário, não temos nem presente nem futuro. O mundo não se compadece com sonhos e quereres, o mundo precisa de gente que veja claro e aja já, sem ofuscar o essencial, o carisma e sem ofuscar a identidade. Importa pensar e manter sempre vivo na nossas vidas o lema:

O que eu sou é o que eu valho, o que eu faço e não o que a sociedade quer fazer do ser humano a todo o custo.

Alexandrina Oliveira